SEGUE O SOM #07

Entrevista com Duquesa | Pente Fino | IVYSON e mais...

SOS #07 | Você viu meu vlog?

Pois é, resolvi me arriscar no YouTube em um formato que consumo muito, mas nunca havia tentado fazer. Chega ali pra ver, se inscreve e me diz o que achou! Clique aqui ou na imagem abaixo pra conferir.

🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.

[álbum] Matuê - 3:33
Esse álbum não poderia ficar de fora. Muito mais que um trapper, o Matuê provou com ele que é um músico completo e excelente compositor, além de apontar um caminho para o futuro do gênero - que parece ser a mistura com outros ritmos. Estou ouvindo muito o disco e minha favorita é “O Som”.

[single] batata boy ft. Bruno Berle e snowfuks- tudo pra agora
Cada vez mais eu gosto da dupla batata e Bruno porque eles sabem fazer músicas complexas e sentimentais, mas também outras bem mais simples, mas igualmente bonitas como “tudo pra agora” - que nasceu de um beat feito por telefone e improvisos.

[single] Dora Morelenbaum - Essa Confusão
Conhecida pelos fãs do Bala Desejo, a faixa já foi cantada em shows e finalmente é lançada pela artista que assina a produção com Ana Frango Elétrico. Com uma ficha técnica estrelada, “Essa Confusão” é o segundo single do álbum de estreia da Dora e evidencia o que a artista tem de melhor: uma voz fora da curva.

[single] FKA Twigs - Eusexua
Eu adoro a FKA Twigs! “Eusexua” é seu novo single e dá nome ao álbum que ela lança ano que vem. A palavra inventada por ela representa os momentos mais intensos da experiência humana e a sonoridade busca inspiração na cena uderground de Praga. Confia em mim? Vê esse clipe aqui… olha que parada.

[single] Charli XCX ft. Troye Sivan - Talk Talk featuring Troye Sivan
Sim, cá estou divulgando mais um lançamento, mais um remix da Charli XCX. Pois é, mas é que mais uma vez ela acertou. Adorei a interpretação do Troye Sivan e o caminho que a música tomou. “Talk Talk” é uma das minhas favoritas de Brat e mesmo com o apego, o fato de ter gostado dela diferente significa bastante.

💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Duquesa: realeza do rap.

crédito: @ibcardoso

Independentemente do gênero, digo com segurança que a Duquesa figura no top 5 de melhores MCs da atualidade e isso fica evidente com o lançamento do seu álbum mais recente, “Taurus Vol. 2”, sucesso absoluto entre fãs - que lotam casas de shows - e a crítica. Tive o prazer de encontrá-la na ativação da Ipiranga neste final de semana, no Rock in Rio, e trocamos uma breve ideia que compartilho abaixo.

Não satisfeita em lançar um álbum incrível ano passado, você veio com “Taurus Vol. 2”, que apesar de carregar o mesmo nome, tem uma mudança de um pro outro. Como que você procurou se diferenciar do Taurus Vol. 1 do Vol. 2?

Eu acho que queria coisas mais diferentes, assim, no sentido de arriscar batidas novas que eu ainda não tinha testado como o house, por exemplo, como o Drill. Então eu queria me testar na minha produção, tipo, de como eu iria fazer o álbum, como eu iria construir ele. E eu queria me desafiar a arriscar coisas novas. E eu acho que foi isso no álbum inteiro. Mais faixas, mais beats diferentes.

Eu entrevistei recentemente o Iuri Rio Branco e ele me falou que a ideia do house em “Pose” foi sua. Você pode me contar um pouquinho mais sobre a música e por que ela fecha o disco e dessa forma tão diferente?

Eu conheci primeiramente com a ballroom e eu me encantei por esse universo, de toda a cultura, das casas e tudo que envolve a musicalidade também - levando em consideração que o house é um gênero que foi muito elitizado, mas é originário de pessoas pretas. Foram as pessoas pretas criaram o house, então eu acho que tinha que acordar uma comunidade, colocar essas pessoas pro meio do rap, porque quando a gente fala sobre alavancar mulheres dentro do rap, a maioria das vezes a gente cai no mesmo limbo de falar sobre mulheres cis, por exemplo.

E nessa faixa, por exemplo, tem a Zaila, que é uma mina que rima muito, que tem uma casa de ballroom. Ela dança, ela é minha coreógrafa, ela rima muito, ela trabalha com a gente, e eu falei, “mano, a gente precisa de você cantando”, e a Urias já admirava o trabalho dela, eu falei, “é, vocês vão ser a cara da música”. Eu vou ser só a pessoa que tá fazendo o álbum, fomentando a faixa e fazendo a direção musical.

Quem foram as suas principais referências femininas do rap?

Ah, então, eu escutei muito a Nega Gizza, que eu fico triste pela atualidade não citá-la como uma pessoa importante na história do rap, mas pra mim ela foi muito importante. A Negra Li, a Karol de Souza, a Drika Barbosa, a Kmila Cdd. Eu acho que essas foram as principais mulheres que eu comecei a consumir muito quando eu buscava rap, rap brasileiro e de mulheres. Então essas são as principais.

Eu gostaria que você indicasse um álbum, assim, não necessariamente que seja o álbum da sua vida, mas aquele que te marca muito e por quê?

Tem um álbum, eu não me recordo o nome agora, da Ari Lennox, que é um álbum que eu falo que eu não consigo pular uma faixa assim. Ela é um artista que eu gosto muito e embora não tenha sido muito comentada como uma das grandes cantoras de R&B, pra mim ela é meu top 1, então de estudar a Ari Lennox é muito bom.

Provavelmente ela se referia à “age/sex/location”.

É possível a gente ver a Duquesa no R&B?

Sim! Mas eu acho que eu quero voltar pra R&B muito mais madura, tanto em questão vocal como técnica, como aprimorar as coisas que eu já fazia e coisas que eu quero fazer de uma forma excelente. Eu acho que a pausa que eu dei do R&B é só pra estudo e conhecimento pessoal e profissional pra lançar uma parada realmente boa.

📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: @pav0a

Conheci esse ano o trabalho do IVYSON graças ao álbum “AFINCO". Com produção assinada pelo paranaense Janluska, ele deu à luz um trabalho carregado de romantismo e composições muito originais como “EGO”, a minha favorita que certamente está entre as que mais curti em 2024. Suas influências vêm desde o gospel até o rock, mas abraçou posteriormente também seus conterrâneos pernambucanos e resultou em um som único.

“Minha vinda pra São Paulo me levou a ver meu trabalho de outra forma, e isso refletiu diretamente nas minhas canções. Me vi dentro do universo da música, me senti incluído. Artisticamente, falo sobre isso dentro do ‘AFINCO’. Meu novo álbum fala muito sobre agarrar as novas oportunidades, e fala sobre minha trajetória até aqui e tudo que tive que abrir mão para chegar até aqui”, declara Ivyson.

🪩 A BOA!
Sempre uma sugestão 10/10 para você.

Hoje, pela primeira vez, minha sugestão é um livro: “Extremos: Um mapa para entender as desigualdades no Brasil”, do Pedro Fernando Nery, que procura discutir o que é pra mim o maior problema do nosso país, a desigualdade social. A premissa já é interessante, mas mais legal ainda é como ele procura discutir o tema. Pedro viajou o Brasil, conheceu seus extremos e procurou dar soluções a partir de cada particularidade.

Do distrito paulistano de Pinheiros, o lugar com o mais alto índice de desenvolvimento, à amazonense Ipixuna, a cidade com pior colocação; passando por onde se vive menos e também por onde se vive mais; pela unidade mais rica da Federação e pelo estado mais pobre; pela cidade com mais aposentados e a que mais recebeu o auxílio emergencial durante a pandemia da covid-19. Cada ponto desse roteiro serve de pano de fundo e mote para se discutir pautas econômicas, sociais e políticas importantes ― como as reformas tributária, administrativa e previdenciária ―, bem como um conjunto de propostas para mudar o Brasil.

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista musical, apresentador, criador de conteúdo, assessor de imprensa e idealizador do Segue o Som.

Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.

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