SEGUE O SOM #09

Entrevista com Carol Biazin | Pente Fino | Alee e mais...

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🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.

[single] Rosalía ft. Ralphie Choo - Omega
É difícil enquadrar a Rosalía em qualquer gênero musical. Parece que ela é o seu próprio, sabe? E isso fica evidente em “Omega”, um mero single que virou uma das minha músicas favoritas dela. A performance vocal é de outro mundo e a beleza da letra, apesar de simples, chamou minha atenção. Gostei muito mesmo.

[single] MC Cabelinho ft. Teto - Bala e Fogo
Tenho sentido cada vez mais que o futuro do trap está fora do gênero. Assim como Matuê em “333”, o Cabelinho buscou inspiração em outros lugares e lançou uma música com referências do rock. Gostei da criatividade na produção, nos caminhos melódicos e sobretudo no clipe.

[single] FBC feat. Pepito, Dougnow, Fernanda Valadares - Vontade
FBC também é outro que é muito livre musicalmente e faz o que sente verdade. “Vontade” é mais um exemplo, single que fala sobre os altos e baixos da vida e carrega até um tom motivacional, especialmente nas linhas do Dougnow.

[single] Japa ft. Ryu The Runner - FNB
Confesso que não esperava indicar uma faixa do Japa, mas preciso ser honesto. Procurando novos lançamentos tive essa faixa recomendada e me amarrei. O beat é excelente, o refrão fica na cabeça e os versos dos artistas são bons.

[deluxe] WILLOW ft. Kamasi Washington - wanted
A WILLOW lançou a versão deluxe de “empathongen” com três novas faixas e com certeza o destaque é para o feat com o genial Kamasi Washington, que faz umas dobras com ela e soma muito. O resultado é bem interessante.

💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Carol Biazin: sucesso às claras

crédito: divulgação

Carol Biazin é cantora, compositora, instrumentista e um suspiro da música pop. Com letras bem confessionais, conquistou milhares de fãs no Brasil e lançou recentemente seu terceiro álbum de estúdio, “No Escuro,”, em que mostra o que há de mais profundo em relação aos seus pensamentos, amores, conquistas, sonhos e medos. Nas letras, ela aborda a relação com a família, amor sáfico, discorre sobre a liquidez dos relacionamentos e ainda fala sobre religião. Nosso papo ficou ótimo, leia.

Carol, atualmente menos de 10% do direito autoral no brasil é destinado às mulheres. Como cantora e compositora, qual a importância de reforçar narrativas com protagonismo feminino e LGBTQIAP+ pra você?

Então, eu acho que a importância de reforçar essas narrativas está exatamente num lugar de identificação do público, do consumidor ter essa representatividade também. Não só na caneta, na composição, mas também ter esse ponto de vista feminino. Por isso que eu insisto tanto em escrever sobre as minhas vivências, sobre a minha realidade - que eu acredito que seja a realidade de várias outras garotas também. Eu acredito muito no poder dessa identificação, acho que por isso que isso é tão essencial.

Pra mim, um dos pontos altos de “No Escuro,”, seu álbum mais recente, é a produção. Apesar de não estar creditada, sei que você é bastante presente em todos os processos. Como é a sua dinâmica de trabalho com os produtores?

Eu sempre sou muito ligada ao 360 e a parte da produção é uma das que eu mais curto estar em conjunto, então foi um projeto que foi feito praticamente meio a meio: uma parte dos Los Brasileiros, que já são sócios antigos do meu projeto, e um parceiro recente, que é o Donato, que trouxe um refresh também.

Eu sempre tento fazer músicas com produtores abertos a ouvir. A gente deixa os egos de lado e faz o melhor projeto que todo mundo fique confortável. Eu vou muito pelo instinto do que eu gosto, do que o meu ouvido gosta e o que o meu coração sente que bate certo, então, eu acho que juntando a expertise deles na produção com esse meu feelling as coisas vão muito bem.

O conceito do disco é “No Escuro, Quem É Você?”. As letras vieram a partir do tema ou o inverso? Como foi isso?

Na verdade, eu comecei, durante o processo, escrevendo algumas músicas e esse tema veio. E finalizando o projeto, o resto das músicas vieram muito latentes em cima desse mesmo tema, assim. Por exemplo, a faixa “Conversei com Deus” foi uma que veio depois que o tema já existia, então eu acho que teve muito essa amarração junto com o processo e o que se foi vivendo e acontecendo.

A Duquesa é a única participação do disco. Me conta como se deu essa parceria por favor: por quê ela e qual a inspiração para compor “Corações de Pedra”?

Pra mim, a Duquesa é uma voz da nova geração, assim, eu vejo um movimento muito forte. Eu acho que também voltando à primeira pergunta sobre a questão da importância de reforçar as narrativas do feminino, enfim, a Duquesa faz muito isso… esse poder. Eu acho que faz muito sentido ter ela, além de eu admirar muito, achar o trabalho incrível, ela dentro desse som urbano é uma das que eu mais admiro.

Então eu também tô surfando muito na onda, mais da produção do urbano, em algumas temáticas, algumas melodias, e eu achei que ela dá muita liga. Ela também já fez muito R&B e eu achei que seria perfeito trazer ela pra um tema tão delicado que é esse de “Coração de Pedra”.

Com o novo álbum você adotou uma nova estética visual. Como foi esse processo? E como vai ser traduzido nos shows?

Então, a primeira pergunta sobre como foi o processo da estética visual: foi exatamente conforme as músicas iam criando o corpo, eu sempre parto disso, né. A música é a base e para mim são sempre sensações, então eu sempre tento fechar os olhos para imaginar sensações. Também tive ajuda da Gabi Grafolin, ela é diretora criativa juntamente com Yasmin Prado, que também trabalha comigo e tem vários insights.

Então foi um trabalho, como sempre, de várias mãos, mas a minha ideia foi, a princípio, trazer, representar momentos da nossa vida, que eu acho que é o que o álbum retrata. É um pouco sobre isso, sobre vivência, sobre sensações, sobre moods, principalmente moods, falando sobre muito sobre isso.

Eu queria muito que a capa e os clipes viessem desses momentos vividos mesmo, sabe, que não fosse nada plástico. Então eu tentei fugir ao máximo do plástico - que eu já fiz também - que foram capas mais montadas dentro de estúdio, o que eu não acho que seja um defeito, mas eu queria fugir um pouco disso agora. Eu queria seguir um outro caminho nesse projeto exatamente pela onda das músicas e tudo mais.

📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: divulgação

O ódio pode ser uma tremenda força inspiradora e no caso do rapper baiano Alee, o motivou a compor as faixas de “CAOS”, seu segundo álbum de estúdio (e no mesmo ano). Ele já havia feito um barulho com “Dias Antes do Caos”, mas agora parece estar se consolidando com uma das mentes mais criativas do trap.

“Passado de um Vilão” é faixa-foco do álbum e minha favorita. É possível notar a angústia dele nas linhas: "Todo menino cresce / E outros 'dormece / Por isso eu fui pra pista fazendo mais dólar / Minha mãe foi mãe e pai / Por isso dói demais / Ver o único homem da casa indo embora".

🪩 A BOA!
Sempre uma sugestão 10/10 para você.

crédito: Bel Gandolfo

O favorito do seu favorito chega ao Rio com show em novo formato. Don L se apresenta no Circo Voador essa sexta, dia 4 de outubro, e eu estarei por lá com certeza. O MC vai passar por sua discografia, desde a clássica mixtape “Caro Vapor” até os dois álbuns da trilogia reversa, “Roteiro para Ainouz Vol.3” e o RPA2, além dos singles mais recentes. Todo show do Don é uma catarse, recomendo muito. Compre seu ingresso aqui.

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista musical, apresentador, criador de conteúdo, assessor de imprensa e idealizador do Segue o Som.

Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.

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