SEGUE O SOM #11

Entrevista com Delacruz | Pente Fino | Puterrier e mais...

SOS #11 | bem-vindos!

Chegou mó galera em função do meu reels indicando novos artistas. Espero que curtam a newsletter e aproveitem para ver as antigas!

Ah, lancei um vlog bem atrasado na última sexta, mas tem entrevistas bem interessantes com o D2 e a Luiza, além do Elian Almeida. Tô tentando melhorar minhas habilidades enquanto vlogger. Chega lá pra se inscrever. Em breve volto com as entrevistas maiores.

🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.

[single] Delacruz - Vinho
Bem doido pensar que este é o primeiro álbum de estúdio do Delacruz, artista que veio da cena do rap e faz um tempinho que já se provou um exímio cantor. Em “Vinho” ele imprime a sua identidade enquanto um cara que gosta de falar de amor e ainda me surpreendeu com o belo cover de “Perdendo o Juízo” da Flora Matos.

[álbum] Charli XCX - brat and it's completely different but also still brat
O ano é da Charli, não tem jeito. É impressionante como ela não deixa o hype de “brat” morrer. Pelo contrário, parece vir sempre com uma novidade incrível. Dessa vez foi o álbum de remixes que realmente trazem novas propostas para as canções.

[single] Carminho feat. Caetano Veloso - Os Argonautas
Carminho não só canta uma linda versão do fado de 1969 do Caetano como o convida para participar da faixa. A música faz parte do EP intitulado “Carminho at Electrical Audio”, com quatro faixas gravado em Chicago, nos Estados Unidos. Coisa linda.

[álbum] Papatinho feat. Predella, Sidoka - Aumenta o Nível (Papatracks #17)
O Papato é uma máquina. Ele nunca para de produzir e possivelmente por isso segue como um dos produtores mais respeitados do país há anos. Gostei bastante desse beat e dos versos do Predella e Sidoka.

[single] CESVR - Parafal
Outro produtor incrível é o Cesvr, uma dos criadores do BRIME. Enfim, “Parafal” é single do seu novo álbum, um funk com drill beeem cativante. Gostei bastante.

💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Delacruz: igual vinho, melhor com o tempo.

crédito: divulgação

Acho que é impossível alguém não gostar do Delacruz - pessoa ou artista. Pode até não conhecer, mas ao se deparar com a voz dele possivelmente vai se encantar. Depois de dois discos ao vivo, finalmente ele nos apresenta seu primeiro álbum de estúdio, “Vinho", com referências do Neo Soul, R&B e Rap e ótimas participações. Adorei “para de falar” com Gaab e o cover de “Perdendo o Juízo” da Flora. Confira a entrevista que fizemos.

Delacruz, acompanho sua carreira há muitos anos e fico feliz com o lançamento de “Vinho”, seu primeiro álbum de estúdio. O que você sente que mais mudou relação aos anteriores, além do fato de serem ao vivo?

Eu acho que o processo que nos levou a produzir esse álbum começa com as mudanças do mercado em geral, vamos dizer. E são coisas que eu comecei a escutar, algumas coisas que ganharam força, desde o lançamento do meu último álbum pra cá, várias tendências começaram a surgir, novos timbres começaram a ser usados, novas intenções de batida, enfim, e letra também. Eu acho que o meu último álbum, como ele era um álbum bem orgânico, tinha muito instrumento tocado na mão. Dessa vez eu trouxe uma coisa mais eletrônica.

A gente não quis perder a musicalidade, que é muito importante, é uma coisa que eu prezo, que eu gosto, que eu preciso ouvir a minha música, preciso consumir o que eu faço, né? Então, ao mesmo tempo eu penso no mercado, penso que se a gente for além demais, a gente dificulta o entendimento das pessoas, e a música tem que ser a comunicação, ela precisa existir, as pessoas precisam entender a música. Então, eu acho que nosso objetivo era ter um equilíbrio, fazer que as harmonias fossem fáceis, que as melodias fossem fáceis, mas ao mesmo tempo tem um refinamento.

O disco tem uma pegada bem romântica. Aliás, você é conhecido por isso. Como você fez para que as músicas tivessem a sua cara, sua interpretação do amor?

Quis passar essa sensação ambiente – mesmo com um pouco mais de eletrônico - mas com essa tranquilidade de ser um álbum para se escutar tomando um vinho. Ele já começa passando bem essa mensagem, com Afrodite ilustrando bem essa vibe. Uma música mais tranquila, um R&B. Tivemos essa participação mais que especial da IZA, que já era um desejo antigo. E assim que a gente mandou a música para ela, ela curtiu muito. Então eu acho que a gente não poderia começar melhor.

Quais álbuns e artistas você ouviu para montar esse trabalho?

Minhas referências são os artistas da atualidade. O que a gente tem aqui no Brasil e na gringa. Amigos, artistas do rap, artistas do R&B, do neo soul. E, claro, sempre puxando as influências do passado, as influências de outros gêneros, pra poder criar uma coisa diferente. E, de uma maneira ou de outra, eu sigo atendendo as minhas características que são essenciais para o público.

Você fez um feat incrível com a IZA, único single antes do álbum - daquelas músicas que não desgrudam da cabeça. Me conta como se deu essa parceria por favor.

A música foi feita para ela. Quando apresentei, ela na hora escreveu e trouxe toda a sinergia que precisava na canção. A forma como ela me tratou foi surpreendente, porque ela disse que já acompanhava o meu trabalho, o que foi uma surpresa pra mim. Tinha músicas específicas do meu trabalho que significavam bastante pra ela, e ela topou de primeira, se mostrou muito entusiasmada, e aí facilitou tudo.

Ela fez questão de escrever, porque ela sentia que tinha coisas a dizer, ela passando por um momento com um caminhão de sentimentos, e ela queria, de alguma forma, colocar isso pra fora, eu achei isso muito bonito.

📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: Guilherme Milward

Eu sou muito fã do Puterrier. Ele começou a sua carreira em 2016 tendo muita influência do grime, mas foi quando misturou o gênero com o funk que encontrou sua fórmula de sucesso - o “atabagrime” - em que mistura o atabaque característico do funk carioca com o grime, e não o contrário.

Em entrevista ele diz que “já existiam outros artistas da cena que faziam isso como o Vandal, SD9, eu escutava muito o som deles, mas percebi que botavam mais o grime, que é a música eletrônica, do que o funk, e eu fiz ao contrário, botei 80% de funk e 20% de grime, isso é o que o Febem faz com o funk paulista, já eu faço o atabagrime, que é o atabaque do Rio com o grime".

“Marolento” foi uma das minha músicas favoritas de 2023. Se não conhece precisa ouvir.

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista musical, apresentador, criador de conteúdo, assessor de imprensa e idealizador do Segue o Som.

Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.

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