SOS #12 | Me viram na Hypebeast?

^{Fiz uma colab com a Hypebeast Brasil, uma das páginas mais maneiras de cultura lifestyle, onde compartilhei meu dia cobrindo o Festival Vozes. Fiquei felizão com esse espaço!}

🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.

[álbum] Dora Morelenbaum - Pique
_{Tá no mundo o primeiro álbum da Dora, excelente cantora que traz no trabalho composições da Sophia Chablau, parcerias com Tom Veloso e produção da Ana Frango Elétrico. Amor e transitoriedade são os principais temas, assuntos que tratamos na entrevista de hoje.}

[álbum] Ferrugem - Legado do Príncipe: Ferrugem Canta Reinaldo
^{Pra mim não tem conversa. Ferrugem é, sem dúvidas, uma das melhores vozes da música brasileira atualmente. Sempre bem acompanhado de uma banda incrível, o sambista faz releituras dos clássicos do príncipe do pagode e entrega um álbum muito cativante e dançante. Bela homenagem.}

[álbum] batata boy- MAGICLEOMIXTAPE (quando vê, já foi)
_{Conheci o trabalho dele graças às parcerias com Bruno Berle e fui curtindo cada vez mais o som do multi instrumentista e produtor musical. Agora minha impressão é que o batata boy convocou o dream team da cena underground pra montar esse álbum.}

[single] FKA twigs - Perfect Stranger
_{Esse é mais um single do próximo álbum na FKA twigs. Não amei tanto quanto “Eusexua", mas gostei bastante ainda assim porque ela soa mais pop/palatável e o clipe é incrível . Os visuais dela são impecáveis.}

[álbum] Maria Beraldo - Colinho
_{Com uma sonoridade ousada e eclética, “Colinho” percorre gêneros como funk, samba e pop, explorando temas como identidade, sexualidade e conexões entre diferentes influências culturais. O disco, lançado pelo selo RISCO, conta com participações de Ana Frango Elétrico, Negro Leo e Zélia Duncan, e apresenta uma estética vanguardista muito marcante.}

💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Dora Morelenbaum: no pique.

A carreira da Dora Morelenbaum começou faz pouco tempo, mas mesmo assim chamou a atenção de muita gente por conta da sua voz bastante singular. Entre singles e o trabalho com Bala Desejo, foi construindo seu próprio repertório e finalmente lançou “Pique” na semana passada, seu primeiro álbum, em que passei por belas canções que valorizam seu instrumento e mostram o valor da artista.

Dora, você está lançando seu primeiro álbum, “Pique”, trabalho bastante pautado na transitoriedade - de vida, lugares, pessoas. De onde você sente que está saindo e para onde pretende ir com essa obra?

Esse álbum abriu muitos caminhos novos na minha vida e carreira, sinto esse movimento principalmente em relação à música, por nele eu assumir cada vez mais as rédeas do que venho produzindo, e assim caminhar para novas paisagens sonoras, texturas e gêneros. Por ser meu primeiro álbum completo, também com ele eu transito pra esse novo momento solo. Ele serviu como instrumento pra esse novo olhar sobre o meu fazer musical, que é pra onde eu quero pretendo ir cada vez mais.

O amor também é bem presente nas canções. Quem são os artistas que mais te inspiram ao falar de amor e te influenciaram neste processo de composição?

Eu comecei o processo do álbum pensando em sonoridade, na produção e nos arranjos, juntei as músicas que achei que abrangeriam esses assuntos. Foram referências que variaram desde Erykah Badu a João Donato, Sade, PJ Morton, Cassiano… A maior parte das letras não são minhas, e sim do Tom Veloso, Zé Ibarra e Sophia Chablau. Depois que juntei elas e vi pela primeira vez o todo, percebi que todas eram de alguma forma canções de amor. Só que cada um de uma perspectiva e sensação diferentes. Acabou que isso delineou bem o contorno do álbum, essa mesma estrutura base das canções visitadas por caminhos diferentes.

Senti que a capa reflete bastante esses dois temas de alguma forma. Como foi para chegar nesse resultado?

Essa era a sensação que visualizava pro álbum desde o início, antes mesmo de fechar o nome. Além de ter feito ele em trânsito, eu descobri ao longo do processo que ele era um álbum ótimo pra ouvir em movimento, na estrada, correndo… Então quando fui fazer as fotos e todo o projeto junto com Maria Cau Levy - que fez o design, as fotos e direção criativa - e Ana - que também assinou a direção criativa junto com a gente -, quisemos registrar essa sensação, essa transitoriedade, também com essa transição de luz, o lusco-fusco, tempo passando.

O processo do projeto gráfico acabou se assemelhando ao tratamento sonoro, no sentido de misturar o digital e o analógico, nessa ordem. Registro digital, tratamento analógico.

Ana Frango Elétrico foi uma grande parceira nesse disco, certo? Está creditada em diferentes funções. Me conta um pouco da relação de vocês e o papel dela neste trabalho por favor.

Ana é uma das minhas maiores parcerias na música atualmente. O embrião do álbum já tinha ela na minha ideia. Ela foi fundamental para o pensamento do álbum como um todo. Eu já tinha esse desejo no sentido estético do que seria a linguagem do álbum lá atrás, e chamei ela pensando nisso - foi essencial pra gente chegar no som que chegamos. Sempre incrível colaborar com Ana, a gente se complementa em vários sentidos na criação.

Você mal lança o álbum e já embarca para uma turnê por mais de dez países. Ou seja, contratantes que já acreditavam no seu trabalho antes mesmo de “Pique”. Como tem sido a recepção do teu som fora do Brasil? O que muda?

Por ser um álbum que nasceu de um discurso sonoro, a música é protagonista e é linguagem universal - todo mundo entende, cada um de seu jeito. Acho que isso ajuda a ser um álbum que viaja pra lugares com línguas diferentes pelo mundo. Mas tenho principalmente muita vontade de viajar o Brasil inteiro com esse álbum que conversa letra e música nas canções.

🖇️ CLIPPING
Leituras que valem o clique.

1. 'É uma grana boa', conta ambulante de camisetas no show de Paul McCartney | Folha de São Paulo

2. Quem é MC Menor JP, cantor de 16 anos que viralizou no TikTok com 'funk raiz' inspirado em MC Daleste | G1

3. Boybands let girls fall in love for the first time – so grief for Liam Payne is heartbreakingly painful | The Guardian

4. Quem são os MCs e produtores por trás de 'Maria Esmeralda' | TOCA UOL

5. W/Hits: a música nas campanhas de Washington Olivetto | Meio & Mensagem

📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

Outro lançamento da última semana que me amarrei foi do batata boy, o álbum “MAGICLEOMIXTAPE (quando vê, já foi)”, com participações interessantes como Ana Frango Elétrico, Dadá Joãozinho, Young Vegan e Bruno Berle, cantor com o qual fez trabalhos que adoro. “O processo de produção do álbum foi super especial e diverso. Houve muitos primeiros encontros e oportunidades de aprofundar, através da música, relações que já vinham sendo construídas“, disse o produtor no texto para imprensa.

Vale dizer também que o artista alagoano foi campeão da Categoria Especial – Lançamento Eletrônico do 30º Prêmio da Música Brasileira, em junho, graças ao álbum “Entre Cidades”, uma colaboração com o produtor musical paulista Garbela.

🪩 A BOA!
Sempre uma sugestão 10/10 para você.

[RJ] Tá rolando um projeto incrível no Sesc Tijuca com shows e palestras incríveis. O Nova Música Convida traz artistas nacionais renomados convidados por novos nomes da música brasileira, selecionados por edital, em apresentações entre 18 e 27 de outubro. Os encontros acontecem no palco em shows inéditos com artistas consagrados como Jards Macalé, Luedji Luna, Marcos Valle e Ed Motta. A mesa “A nova música te convida” reúne a cantora e compositora Letrux, a supervisora musical e diretora de estúdio Constança Scofield e os jornalistas culturais Leonardo Lichote e Marcelo Monteiro para refletir sobre o que é fazer música de renovação no Brasil contemporâneo.

Sesc Tijuca
22/10, às 18h30 | Teatro | Mesa: A Nova Música te convida
Mediadora: Leila Dantas (analista de música Copacabana).

22/10, às 20h, de quarta à sábado, e às 19h, domingo | Apresentações | Teatro
23/10 – Joabe Reis (ES) convida Ed Motta
24/10 – Diego Estevam (SP) convida MC Marechal
25/10 – Gui Fleming (RJ) convida Jards Macalé
26/10 – Jéssica Caitano (PE) convida Luedji Luna
27/10 – Julico (SE) convida Marcos Valle