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SEGUE O SOM #13
Entrevista com Jota.pê | Pente Fino | UANA e mais...

SOS #13 | Já diria Don L:
“A única luta que se perde é a que se abandona e nós nunca
Nunca abandonamos luta”
🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.
[álbum] Tyler, The Creator - Chromakopia
“Ah, eu não sou o cara que eu era aos 20. Ah, merda, as pessoas estão ficando mais velhas, as pessoas estão tendo filhos e famílias. Tudo o que eu tenho é uma Ferrari nova, isso é meio estranho. Eu tenho um cabelo grisalho no peito. A vida é a vida. Eu só queria escrever sobre coisas que eu penso quando estou na minha.”
[álbum] KL JAY - A Mensagem
Com direção do KL Jay, o disco celebra os 50 anos do hip hop por meio de 10 releituras de clássicos do gênero. O projeto é uma viagem pelas raízes do rap nacional, resgatando clássicos com novas interpretações de nomes como Murica, Tasha & Tracie, Akira Presidente e Sain.
[single] Maria Luiza Jobim ft. Mahmundi - Insensatez
Gostei bastante dessa versão de um dos clássicos do Tom Jobim com Vinicius de Moraes por sua filha em parceria com a Mahmundi, artista que sempre procura caminhos muito inteligentes para os covers que participa.
[single] Maru 2D - Dinero
A Maru é uma das MCs que eu mais presto atenção na cena e fiquei feliz pra caramba com o reconhecimento do Spotify, que a escolhei para esse “Spotify Single”. O beat do Dallas é bem criativo e as variações de flows dela são excelentes.
[single] Summer Walker - Heart Of A Woman
Primeiro single depois de 2021, “Heart OF A Woman” dá início aos trabalhos do novo álbum da artista, “Finally Over It”. A faixa tem bem a cara dela e fala das lutas da Summer em seus relacionamentos. Caso você não conheça, vale ouvir os álbuns dela.
💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Jota.pê: conquistando o mundo.

crédito: Taís Valença
O Jota.pê é uma das principais revelações recentes da música brasileira. Cantor, compositor e violonista, o artista tem identidade, carisma e tem tudo para ter uma carreira longeva. Graças ao seu álbum mais recente, “Se Meu Peito Fosse Mundo”, ele está na disputa do Grammy Latino pelos prêmios de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira / Música Afro-Brasileira, de Melhor Álbum de Engenharia de Gravação e de Melhor Canção Em Língua Portuguesa com "Ouro Marrom". Além disso, Jota.pê estreia no Prêmio Multishow nas categorias Álbum do Ano, Artista Revelação e MPB do Ano.
Que ano você está tendo, ein, Jota.pê! Foi indicado a três categorias no Prêmio Multishow 2024 e três no Grammy Latino. É muita coisa! Como você tem encarado esse reconhecimento e validação de premiações tão importantes?
Eu sinceramente ainda não consegui absorver. Chorei bastante quando vi que fui indicado ao Grammy, soube que isso era um passo gigante na carreira, mas ao mesmo tempo a ficha ainda não caiu, não consegui me visualizar lá no prêmio e quando achei que teria tempo de absorver, vieram as indicações ao premio Potencias, ao Premio Claro e ao Multishow. Eu só consigo sorrir hahaha...
Nada disso teria acontecido sem “Se Meu Peito Fosse Mundo”, seu álbum lançado em março. Aliás, que coisa linda! Me conta um pouco do processo de reunir suas composições, achar um conceito e trabalhar com os produtores até chegar em um resultado que te agradasse.
O processo de criação desse álbum foi o processo DOS SONHOS! Três anos antes de fazer o álbum eu já pesquisava musicas, montava playlists de referencia, fui encontrando os músicos... por causa do que queria passar como sonoridade, convidei Rodrigo Lemos e Felipe Vassão, encontrei o Chibatinha do ATTOOXXA e percebi que o guitarrista precisava ser ele por causa da influencia de Mayra Andrade na minha vida, e coroamos isso tudo indo pra Gargolandia gravar. A Gargolandia é uma fazenda que também é um estúdio, passamos uma semana e meia lá, a banda e os produtores, com tempo pra gravar, testar, mudar ideias, foi maravilhoso
Me fala sobre as parcerias por favor? Adorei ouvir Xênia no forró e o encaixe da sua voz com a dos Gilsons.
A Xênia é um amor, ficamos amigos por insistência do universo hahaha... nos vimos umas 6 vezes num período de duas semanas, e Xenia me disse que a gente deveria ser amigos já que tava se vendo tanto hahaha... aí dessa amizade veio o convite pra ela fazer Naíse comigo, e os Gilsons a gente se conheceu pelo Instagram. Aí José disse que a gente devia compor juntos, comecei a compor "Feito a Maré" e mandei pra ele terminar, ai terminamos juntos e nasceu essa parceria com os meninos
Também queria saber um pouco mais sobre “Ouro Marrom”, indicada a MPB do ano no Prêmio Multishow e minha favorita do álbum. Você diz que foi nela que conseguiu “pela primeira vez desenvolver um texto que me agradasse sobre minha relação com o racismo”. Como conseguiu extrair algo tão belo dessa dor?
Essa música tinha uma letra um pouco diferente no começo, com um pouco mais de raiva, mas enquanto estava compondo vi um post da minha amiga Bruna Black, falando sobre o quanto ama a filha dela, como está sendo lindo o processo de ser mãe, e aí lembrei que ser negro é não é sobre dor. Emicida mesmo diz em Amarelo, “Achar que essas mazelas nos definem é o pior dos crimes, é dar o troféu pro nosso algoz e fazer nois sumir"
🖇️ CLIPPING
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📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: João Arraes
Nada como o pop à brasileira - e UANA é um nome fortíssimo para trazer novas referências pro gênero. A aspiração do sucesso já vem no nome do primeiro álbum, “Megalomania”, em que passei pelo brega-funk, house, afrobeat, funk e outras misturas que encaixam perfeitamente com sua voz excelente. A diversidade também fica evidente pela escolha dos feats: Rachel Reis, JOCA, MU540 e Mago de Tarso.
UANA assina as composições de “Megalomania” e constantemente reforça sua origem recifense nas letras e referências, algo que ela comentou em uma entrevista incrível pro O Grito!: “O que eu acho que a gente não pode fazer é ficar só na mesma célula. Aqui em Pernambuco a gente tem o nosso “ritmo-mãe” também, que é um guarda-chuva de muitos outros ritmos, que é o Brega. A gente tem o brega romântico, tem esses encontros da música pernambucana com a baiana, a bregadeira, o arrocha e várias outras facetas, até porque no final das contas somos todas irmãs. Mas, a gente também não pode achar que é porque isso deu certo, que bateu bem na plataforma, no algoritmo, que temos que ficar fazendo isso aqui. Vamos pensar outras maneiras de fazer.”

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista, pesquisador musical, influenciador e criador do Segue o Som.
Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.
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