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SEGUE O SOM #17
Entrevista com Luccas Carlos | Pente Fino | Yan Cloud mais...

SOS #17 | semana de ótimos lançamentos
Lembrando que todos os destaques - desde o início do ano - estão na playlist do Pente Fino. Você segue, né?
🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.
[álbum] Luccas Carlos - Busco Romance Love Show
Luccas Carlos é um camaleão do rap e um dos meus cantores favoritos. Para seu novo álbum, ele procurou ser mais dançante e explorou novas sonoridades. Tive a sorte de ouvir o disco em primeira mão. Leia minha entrevista com ele para saber ainda mais.
[álbum] Jean Tassy - Acrônico
Jean também é outro camaleão que vem no rap, mas é muito mais que isso. Inclusive, é bem difícil categorizar o som dele. A “culpa” é também do Iuri Rio Branco, responsável pela produção excelente do álbum. “Nocaute” com Liniker e “Só se Fu…” com Yago Oproprio são minhas favoritas.
[álbum] Kendrick Lamar - GNX
Do mais absoluto nada nosso mano Kendrick nos agraciou com um novo álbum. De conversas com Deus a uma recapitulação da briga com Drake, o álbum é tão movimentado quanto a vida do rapper nos últimos tempos.
[single] TZ da Coronel - A Verdade Machuca
O novo single do TZ é o primeiro do deluxe de “Direto da Selva”, previsto para ser lançado em breve. Gostei dessa versão mais calma e romântica do rapper. Os flows são interessantes e o beat bem gostoso.
[álbum] Yan Cloud - AFROSSA
Que disco gostoso de ouvir! Como o nome sugere, “AFROSSA” é o encontro de “afro” + ssa (salvador), então passeia pelas sonoridades características dessa mistura, especialmente o afrobeats. O feat com a “Melly” é maravilhoso, mas todo álbum vale a audição.
💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Luccas Carlos: no seu melhor estilo.

crédito: Fernando Mendes
Faz tempo que acompanho a carreira do Luccas Carlos. Nossa primeira entrevista foi em 2018 e é muito doido ver como nós dois mudamos. Gosto muito da versatilidade dele para além dos vocais que o consagraram. Tive a oportunidade de ouvir com antecedência o “Busco Romance Love Show”, seu novo álbum lançado hoje e troquei uma breve ideia com ele. Confira.
Luccas, esse é o seu sexto álbum de estúdio - quase uma média de quase um por ano desde “Um”. O que você quis trazer de diferente dessa vez?
Mano, dessa vez eu quis trazer uma musicalidade mais diferente. Eu quis sair um pouco do que as pessoas estavam esperando, mas ainda assim trazer a minha vibe, a minha cara para as coisas. E eu acho que eu consegui, tá ligado? O disco já começa com Luccas ali mais de antigamente e aí vai desenrolando. Eu acho que é um olhar novo, sabe? Um olhar mais pé no chão, assim, sobre os assuntos e sem perder minhas características, sacou? Não tô tentando fazer nada que não tá ao meu alcance ou que eu nunca tenha feito, tá ligado?
Suas linhas melódicas são uma marca registrada e estão presentes no disco. No entanto, senti que esse é seu trabalho mais “rimado” em bastante tempo. Qual foi sua intenção em mostrar mais desse seu lado?
Eu não vejo como tão rimado assim. Tem as partes de rap ali no sentido de ser um lance mais falado assim, mas ainda acho que é um disco do Luccas Carlos, tá ligado? Tem muita melodia. Eu acho que isso volta um pouco até ali na primeira pergunta no sentido de, tipo assim, é a vibe que eu tô agora, tá ligado? É um pouco dos bagulhos que eu tenho ouvido. Aí eu acho que isso reflete na gente, assim, não como cópia nem nada, mas eu gosto de umas paradas fui atrás de me ver fazendo essas coisas.
E aí, pô, você tem também “FAMOSA”, tem “easy”, que são umas vibes mais únicas assim mesmo, sim. Não vejo ninguém fazendo isso aqui no Brasa. Mas a entrega vem diferente, vem dessa vibe assim de, mano, de querer mostrar um bagulho novo, tá ligado? A intenção é sempre se reinventar da melhor forma. E aí eu acho que muito disso vai se refletir também nas músicas.
Boa parte do álbum é trap, mas também é fácil perceber outras sonoridades como o afrobeats e até mesmo o house. Quais foram as principais referências musicais que você teve para “Busco Romance Love Show”?
Então, mano, eu tô ouvindo muito um cara chamado Lil Tecca. O disco dele “Plan A” foi bem ouvido durante o processo do meu. Mas eu acho que referência assim, eu quis ir pra um lugar mais dançante, tá ligado? A maioria das coisas são mais pra cima assim. Então aí mistura o trap, mistura com afrobeat, aí tem house… Você tem um lance ali mais up-tempo ali que é “easy”, tem um lance mais anos 2000 só que ainda assim, mais revitalizado, na “FAMOSA”, tem “conexão”, que é um lance mais boombap/soul. O tema muda né, mas os meus discos eles tem bem essa pegada assim. É sempre eu querendo me ouvir numa vibe de coisa que eu gosto, sabe?
“CONEXÃO” com Teto e Don L é um dos pontos altos do álbum. Me conta como surgiu essa música e a parceria com os dois por favor.
Então, eu fiz um baixo e aí eu mandei pro Nave. O Nave fez um beat bizarro. Daí, eu acho que a Bivolt curtiu o beat, tá ligado? Ela ia usar, mas acabou não usando. E eu fiz a guia em casa um dia. E é tipo assim, bagulho de música é foda, né? O Teto era pra tá na “onde você tava 2”, lá do "Dois”, só que, tipo assim, pô... Quando ela tinha uma outra vibe, assim, tá ligado? Ela curtia mais. O beat era diferente. Daí acabou que eu fiz o som sozinho e logo na sequência eu fiz “Conexão”. E aí mandei pra ele, tá ligado? Essa música já é do ano passado. Aí, pô, mandei pra ele e ele falou, mano, caralho, pô, mano, essa é, tipo assim... Essa sim, mano, pá, isso aqui... Aí ele fez a guia dele, pô, muito foda.
Como eu guardei ela, cara, fiquei ouvindo, tá ligado? Falei “mano, acho que o Don L aqui ia amassar, tá ligado?” E aí mandei pra ele e ele curtiu também. E foi mais ou menos assim. Foi uma coisa que eu fiz mesmo. Uma brisa minha, assim, que eu senti que... pô, ia ser maneiro pra minha carreira em algum momento. E aí ela foi crescendo, foi crescendo… Sou muito grato ao Teto e ao Don L também por terem colado nesse som, tá ligado? E é isso.
🖇️ CLIPPING
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📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: Tercio Campelo
Acabei de conhecer o trabalho do Yan Cloud graças ao lançamento de “AFROSSA", álbum que procura celebrar Salvador e a herança afro-brasileira. Em 10 faixas autorais o artista consegue se mostrar um excelente cantor e compositor. A ficha técnica é estrelada e ajuda a compreender a qualidade do disco. Com produção e co-direção criativa assinadas por Zamba e Rafa Dias (RDD), e produção de Manigga, o álbum também conta com contribuições de músicos como Chibatinha, Pivet Panda e Jad Ventura, trazendo camadas de sofisticação rítmica e melódica. Os feats são estrelados também: Rachel Reis, Larissa Luz, Rincon Sapiência, Lazzo Matumbi e Melly.
O artista comenta: “Este é um álbum sobre ancestralidade, sobre origem, sobre um encontro geracional que ressignifica o afrobeats global, trazendo para o contexto cultural e sonoro de Salvador. É um projeto que bebe do samba-reggae, pagodão e muitos outros ritmos da diáspora africana com a potência criativa da Bahia”, resumiu Yan Cloud.

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista, pesquisador musical, influenciador e criador do Segue o Som.
Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.
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