- SEGUE O SOM
- Posts
- SEGUE O SOM #18
SEGUE O SOM #18
Entrevista com Zudizilla | Pente Fino | LUTHULY mais...

SOS #18 | finalmente a maioridade
e o papo é o mesmo: se curte, indique a newsletter!!!!!!!
🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.
[álbum] TZ da Coronel - Direto da Selva Deluxe
Depois do sucesso do álbum, o TZ da Coronel disponibilizou o Deluxe essa semana com 7 novas faixas, incluindo participações do Orochi e Filipe Ret no sucesso “Não Temos Medo” e o Ryu, The Runner em “Ambições”. TZ tá trilhando um caminho bem legal.
[álbum] Zudizilla - La Fauve
O fauvismo inspirou o Zudizilla no seu novo EP, “La Fauve”. O trabalho é bem classudo, explora diferentes texturas e camadas do amor, além de mostrar o lado produtor do já renomado MC. Gostei bastante de “Nervos de Aço” e “Sex Tape”.
[álbum] MU540 - 4×4
Dá pra ser funk sem ser funk? Pois é, no seu novo álbum, o MU540 mantém a estética do funk mesmo sem seus elementos rítmicos e o mistura com diversos outros gêneros. O cara é muito brabo. Esse vai bem demais na academia.
[álbum] LUTHULY - Sentido
Como destaco mais pro final da news, o novo álbum do Luthuly é de uma beleza tremenda. A voz dele tá incrível, assim como os feats e a produção. Recomendo muito a audição.
[álbum] 5 a seco - Sentido
O novo álbum do grupo dá continuidade a um trabalho bonito de anos. Eu adoro o ao vivo deles, e no novo álbum já abrem com um feat luxuoso com ninguém menos que Chico Buarque. 5 a seco não tem mistério, sempre boas melodias e composições.
[single] Liniker ft. Tropikillaz - CAJU - Trop Version
Que versão absurda! Liniker soltou esse som ao final do show e eu simplesmente amei. Tem MTG, tem batidão e tudo que um bom funk precisa - ainda mais com a letra incrível de “Caju”. Gostei muito.
💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Zudizilla: pintando rimas.

crédito: Alisson Cardoso
A arte é sempre fonte de inspiração para os MCs, mas dessa vez o Zudizilla provou ser diferenciado ao buscar na pintura a referência para o novo trabalho. O fauvismo, movimento que começou em 1901, tinha como objetivo era apresentar temas leves, serenos e mostrar a beleza do cotidiano - e a partir disso inspirou “La Fauve”, o novo EP do rapper gaúcho. Entenda mais no nosso papo.
“La Fauve”, seu EP recém lançado, faz referência ao fauvismo, movimento artístico do início do século XX na França. O que você observou na estética dos pintores franceses que inspirou este novo trabalho?
A intensidade e a fidelidade com o real, seja essa realidade da forma como for deparada. Os traços velozes e ferozes são muito característica das minhas relações e não acredito que eu seja o único. Esse movimento me deu base conceitual pra trazer uma temática que eu gostaria sem ser pedante.
Suas linhas melódicas são uma marca registrada e estão presentes no disco. No entanto, senti que esse é seu trabalho mais “rimado” em bastante tempo. Qual foi sua intenção em mostrar mais desse seu lado?
Eu não sou produtor de todas as faixas porque eu sei o que é produzir, mas talvez em uma questão burocrática saia meu nomes eu produzi 4 das nove e as outras foram divididos em 3 produtores. Eu comecei a produzir pela dificuldade de ter instrumentais que acompanhassem a minha estranheza, e que vir amigos que caminharam junto comigo até esse momento, mais por me conhecerem do que por ser produtores renomados, mas esse momento me faz reivindicar um lugar de protagonismo enquanto condutor de minhas narrativas.
Cansei de ser cobrado por quem tem direito a 50% da minha música - com direito, e passei a querer trazer desde a gênese a ideia que eu mesmo crio. É absurdamente difícil e sempre que possível eu vou recorrer as pessoas que me ajudaram a chegar até aqui, mas quero daqui pra frente ter mais participação no resultado. Funcinou assim como funciona com terceiros porque cima de tudo eu ou eles estamos a serviço da música.
E assim como um bom MC tem o seu estilo, um bom produtor também. Como foi o processo para deixar os beats com a sua cara?
Eu fui de trás do aparato certo pra isso e durante muito tempo não tive condições pra isso. Seda tem guitarra e baixo orgânicos, junto com sampler. Blasé tem meu baixo (orgânico também) e a intro eu fiz na minha primeira MPC junto com um áudio de um amigo de Pelotas que eu achei super pertinente. Foi muita experimentação e contato com amigos INCRÍVEIS que somaram no trabalho. É um EP e deve ser lido como tal, e sendo assim: ele é MACRO.
E assim como um bom MC tem o seu estilo, um bom produtor também. Como foi o processo para deixar os beats com a sua cara?
Não enquanto narrativa, mas do lugar que parte o discurso. É preciso estar, no mínimo, ok pra falar de relacionamentos e eu já resolvi meu ódio. Tenho problemas com ambição, ego e a sociedade em si, e isso retornará ao meu discurso. Mas ódio eu já destilei e fui resolvendo nas obras anteriores. Minha forma de lidar com o sistema é inteligente. E eu entendi que um preto raivoso gera lucro pro inimigo. Não me esperem menos ácido ou compromissado com aquilo que impede que eu, um homem preto e retinto, alcance meu sucesso em vida: esperem ele consciente dessa condições e encontrando brechas na defesa pra SEMPRE acertar o inimigo. Eu sou uma fera, não uma besta.
🖇️ CLIPPING
Leituras que valem o clique.
📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: Victor Corrêa
Rocinha, Circo Voador e as vivências do Rio de Janeiro influenciaram o Luthuly - cantor, compositor e (agora) produtor que acompanho faz muitos anos. Nem lembro quando nos fomos apresentados, mas volta e meia nos esbarramos e tô sempre de olho pra saber quando vai lançar algo. Seu primeiro álbum saiu em 2020 e após um hiato de alguns anos ele está de volta com “Sentido”, lançado essa semana e que me pegou de jeito.
Em 14 faixas ele passa por vários ritmos, mas consegue manter identidade. Sua voz chama bastante a atenção pela versatilidade. Gosto como ele faz uns graves bonitos e tem bem aquela vibe R&B. “O Ar” foi a minha favorita, mas os feats também chamam a atenção: Luccas Carlos, Don L e Gaby Amarantos encaixaram muito bem nas suas canções.
A produção de “Sentido” é um ponto alto. Quem assina é o Nave - um dos meus produtores favoritos - em parceria com o próprio Luthuly, que comentou sobre isso no seu Instagram: “Este é o primeiro álbum que assino como produtor! Algo que me deixa muito feliz, pois sempre fui de me meter em tudo, e dessa vez queria cada vez mais minha cabeça dentro dos processos. Minhas referências estão mais impressas, e conseguir me observar com esse poder de criação é algo maravilhoso. Toquei alguns instrumentos também, hehe. Tive amigos maravilhosos nesse processo. Vou trazendo os nomes de quem fez parte ao decorrer do tempo, pois preciso render assunto e despertar uma curiosidade também, né?”

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista, pesquisador musical, influenciador e criador do Segue o Som.
Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.
Siga minhas redes sociais abaixo!