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SEGUE O SOM #25
Entrevista com Karol Conká | Pente Fino | Nyron Higor e mais...

SOS #25 | que semana!
Segunda feira passada tive o prazer de apresentar o BK lá na audição dele no Circo Voador - uma honra tremenda - e que mostrei na collab com a hypebeast.
🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.
[álbum] BK - Diamantes, Lágrimas e Rostos Para Esquecer
Nasceu clássico.
[EP] Marcelo D2 - MPNST Vol. 2: TIA DARCI
Gostei MUITO desse novo EP! Sério, o Marcelo tá criando uma parada completamente nova com o Manual Prático do Novo Samba Tradicional. As versões de “NASCENTE DA PAZ” e “FIM DA TRISTEZA” estão maravilhosas.
[single] Rael ft. Mano Brown e Dom Filó - Onda
A repaginada do clássico do Cassiano ficou muito bem feita com forte pegada da black music na voz do Rael e verso afiado do Mano Brown.
[álbum] The Weeknd - Hurry Up Tomorrow
Eu estaria mentindo se falasse que já ouvi tudo porque o álbum é enorme, mas vi valor em várias músicas. O The Weeknd reverencia diferentes momentos da sua carreira e ainda se aventura no funk na faixa “Cry For Me”.
[álbum] Nyron Higor - Nyron Higor
Conheci o trabalho dele essa semana e me amarrei. Segue a linha dos conterrâneos Bruno Berle e Batata Boy, ao trazer belas composições misturados com recursos eletrônicos enquanto transmite paz.
[single] Sophia Chablau ft. Felipe Vaqueiro - OHAYO SARAVÁ
O encontro dos dois artistas resultou no lançamento de um compacto com dois singles, mas “OHAYO SARAVÁ” me pegou demais. É original, diferente e cativante.
💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Karol Conká: respeita a mamacita

crédito: Lana Pinho
Não há dúvidas que a Karol Conká pavimentou o caminho para as tantas rappers que estão fazendo barulho hoje. Tudo começou com “Batuk Freak", um clássico que a projetou a nível nacional e que envelheceu muito bem. Celebrando 25 anos de carreira e prestes a estrear um novo show, conversamos sobre este novo momento. Confira.
Karol, gostaria de começar aproveitando o gancho de 25 anos da sua carreira. Quando olha para trás, como você avalia essa trajetória?
Nesses 25 anos, vejo uma trajetória cheia de coragem e muitos aprendizados. Foram tantas experiências que consegui transformar em músicas, álbuns e projetos que me deixam bastante orgulhosa. Colaborei com artistas que admiro demais, fui indicada a prêmios, reconhecida e homenageada em muitos momentos significativos.
Tudo isso é fruto do esforço e da paixão que sempre coloquei na minha arte. Cada etapa me ensinou algo novo e ajudou a me moldar como artista e como pessoa. E, sinceramente, eu sinto que ainda estou só começando, me sinto pronta para os próximos 25 anos.
Não é nenhum exagero afirmar que você abriu portas para uma nova geração de mulheres no rap. Qual a sua relação com essas cantoras hoje? Quais você escuta e acha que vale indicar?
Elas estão fazendo história! A nova geração do Rap feminino está expandindo possibilidades e ocupando espaços que pareciam inalcançáveis. Tenho uma relação de muito respeito e admiração por essas minas. Sempre que posso faço questão de aplaudir de perto, já fui em vários shows para prestigiar o trabalho delas, porque realmente estão fazendo algo grandioso, as letras são poderosas e despertam outras mulheres a lutar por seus espaços também.
Eu ouço muito AjuliaCosta, Duquesa, MC Luanna, Ebony, Nina do Porte, Tasha & Tracie... todas estão fazendo um som muito original e autêntico que não só representa o rap, mas também carrega a força de ser mulher nesse cenário tão difícil. É muito gratificante ver o movimento crescendo e se renovando de forma tão forte e criativa.
Um dos motivos disso foi o sucesso de “Batuk Freak”, sem dúvidas um clássico do rap nacional que envelheceu muito bem. Qual sua relação com o álbum hoje? Mudaria algo?
Nossa, “Batuk Freak” é o queridinho de todos, né? Haha! Quando ouço esse álbum hoje, sinto que ele continua tão atual quanto na época que eu lancei. Acho que ele conseguiu capturar exatamente o que eu queria transmitir naquele momento da minha vida e da minha carreira. Foi um trabalho feito com muita entrega e originalidade, eu não mudaria absolutamente nada. Ele tem uma sonoridade que, pra mim, sempre esteve à frente do tempo. Acho que é por isso que as pessoas ainda se conectam tanto com ele. O “Batuk Freak” foi o álbum que me colocou em lugares que eu nem imaginava, tenho muito orgulho de tudo o que ele representa até hoje.
Em fevereiro você apresenta um novo show cantando esse disco na Batekoo. Como está sendo revisitar a obra por completo? E o que está planejando para essa apresentação?
Revisitar o “Batuk” por completo pra esse show especial na Batekoo está sendo emocionante, esse álbum marcou um momento único da minha carreira, e voltar a cantar todas as músicas dele, algumas que inclusive não canto há anos, é como reviver toda a energia e a essência daquela época. Estou me jogando nos ensaios, redescobrindo cada faixa, e isso está me trazendo uma conexão ainda mais profunda com a minha própria sonoridade.
O show na Batekoo, no dia 15 de fevereiro, vai ser o pontapé inicial para as comemorações dos meus 25 anos de carreira, e prometo que vai ser inesquecível! Vou cantar o “Batuk Freak” do começo ao fim e estou preparando algumas surpresas ao longo da apresentação. Não posso falar muito, mas vai ter participação de fãs e momentos emocionantes. Se você curte o “Batuk Freak” tanto quanto eu, já adianto: esse show vai ser uma celebração à altura. Estou focada em entregar algo lindo e marcante.
Gostaria de saber também quais os seus planos futuros. Quais sonoridades têm te chamado a atenção e podem aparecer em projetos seus?
Eu estou em um momento muito íntimo agora, focada na produção do meu próximo álbum. Como em todos os trabalhos que já lancei, gosto de me aventurar no inesperado. Esse processo de criação é muito importante, porque envolve muita pesquisa, escuta e experimentação. Tenho me dedicado a explorar sonoridades diferentes e estudar estilos que me desafiam. Quero lançar no tempo certo e não vejo a hora de poder compartilhar esse novo projeto com todos.
🖇️ CLIPPING
Leituras que valem o clique.
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📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: Frances Rocha
Bem nessa semana, junto com o lançamento do seu novo álbum, que eu conheci o trabalho do Nyron Higor, compositor, cantor, multi-instrumentista e produtor alagoano. O auto intitulado disco passeia pela cultura popular nordestina, o jazz e a MPB, e ainda traz arranjos escritos e executados majoritariamente pelo próprio. Ao longo da obra, o artista canta, assobia, toca baixo, sintetizador, violão, guitarra, bateria, percussão, contrabaixo acústico e piano elétrico. As faixas ainda contam com recursos característicos da música contemporânea, como samples, programações eletrônicas e vozes modificadas pelo autotune.
“O disco é um verdadeiro diário de registros. São diversas versões minhas dentro do estúdio que montei em casa, com equipamentos de gravação e instrumentos, colocando em prática ideias musicais na linguagem que desenvolvi ao longo dos anos. Me sinto vitorioso, enquanto um jovem negro vindo do nordeste, pelo lançamento internacional desse trabalho que representa tão bem a mim e que fiz ao lado dos meus conterrâneos, amigos que admiro e com quem colaboro há muitos anos”, declarou o artista.

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista, pesquisador musical, influenciador e criador do Segue o Som.
Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.
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Revisão: Karoline Lima