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SEGUE O SOM #29
Entrevista com Valesca Popozuda | Pente Fino | Tagua Tagua e mais...

SOS #29 | Agora é pra valer.
Já podemos dizer que o ano começou, né? Mas pela primeira vez e mum bom tempo vi muito lançamento bom antes do carnaval. 2025 promete…
🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.
[single] Flora Matos - Manifestação do Amor
Já falei e repito: ninguém fala de amor como a Flora Matos. Mais uma linda composição e dessa vez com produção assinada por ela também. Mal posso esperar pelo disco novo.
[álbum] Melly - Amaríssima V2 (Remix)
Confesso que aguardava por inéditas da Melly, mas os remixes foram muito bem feitos e deram nova cara às músicas. Destaco “Derreter & Suar” com a Duda Beat e produção do Nave. Coisa linda demais.
[single] Liniker (Baby Plus Size & Felino Remix) - ROCK DOIDO DE CAJU
Depois do remix com os Tropikillaz, chegou a vez de ouvir “Caju” na versão tecnobrega e super maximalista. O rock doido é animado e dançante. Tô curtindo as novas roupagens.
[single] Natalia Lafourcade - Cancionera
Eu tô cada vez mais fã dela! “Essa música veio a mim uma manhã antes do meu aniversário de 40 anos”, diz Lafourcade. “Ela canta para algo que nunca deveríamos permitir que desapareça dentro de nós”.
[single] Poetisas no Topo 4
Esse projeto é muito brabo! Nesta edição estão Clara Lima, Luedji Luna, Cynthia Luz, Boombeat, Negra Li, Azzy e Duquesa. Meu destaque vai pro verso da Negra Li.
💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Valesca Popozuda: sem medo de arriscar

crédito: Felipe Braga
Que honra ter Valesca Popozuda por aqui! Relíquia do funk, são incontáveis hits e uma carreira longeva que não se prende aos sucessos do passado. Pelo contrário, Valesca é uma artista que sabe se reciclar e reinventar. Seu último lançamento foi “Poesia Cústica", um single com clipe low cost que caiu no gosto do público e bateu de frente com algumas mega-produções voltadas para o carnaval. De toda forma, nosso papo vai além e você pode conferir abaixo.
Valesca, você acabou de lançar “Poesia Cústica”, que além de remeter logicamente ao sucesso Poesia Acústica, também é inspirado no “Resenha do Arrocha”. Como surgiu a ideia dessa música - tanto na forma como no estilo?
Eu sou muito fã de "Resenha do Arrocha". Adoro o gênero em si, danço muito. Quando eu vou para o Nordeste, fico sempre maravilhada com a música de lá. Em uma sessão de estúdio com o Umberto Tavares, meu produtor, papo vai papo vem e a ideia da música foi surgindo. Pensamos que seria legal lançar uma versão com a minha cara, e estou muito feliz que deu super certo. A galera está curtindo bastante!
Tem uma galera comentando que esse é o hit do carnaval. Foi proposital o timing do lançamento? Você vê potencial na faixa para isso?
Eu acho essa música a cara do carnaval. A ideia inicial era até lançar algo depois do Carnaval, mas quando a música ficou pronta eu falei: “não gente, vamos correr para lançar isso agora". Foi bem em cima da hora, mas deu tudo certo e fiquei muito surpresa que a reação viral foi quase instantânea. Fiquei surpresa mas, claro, muito feliz também.
O clipe também está fazendo muito barulho. Você disse que não tinha orçamento e dependeu da boa vontade das pessoas. A ideia de ir pra rua foi sua? Conta um pouquinho sobre as gravações por favor.
Foi minha sim. Eu queria fazer algo bem povão, estar na rua com o público, pois eu sinto que a música também tem essa energia. Inclusive, é muito importante agradecer toda a equipe do Mercadão de Madureira que nos tratou super bem e deu todo o apoio necessário, assim como os lojistas da 25 de Março. A galera estava ajudando, querendo participar, foram super solícitos e educados. Nós só tínhamos um celular e um sonho. E o resultado foi melhor do que o esperado.
O “Poesia Cústica” remete um pouco aos proibidões, que foram assunto durante anos não só no Rio, mas no Brasil todo - uma polêmica parecida ao que vem acontecendo agora com o caso da “lei anti-oruam”. Como você enxerga esse projeto de lei?
Acho esse projeto de lei inconstitucional. Você pode concordar ou não com o artista, suas atitudes, suas falas e suas músicas, mas esse projeto vai além. Ele quer proibir e prejudicar majoritariamente artistas pretos, da favela, do funk e do trap a exercerem seu trabalho. As entrelinhas dessa manobra, ao meu ver, são muito claras.
Você é uma artista muito atenta às tendências e que não tem medo de experimentar, por isso segue com uma carreira tão longeva e relevante. O que você ainda tem desejo de fazer enquanto artista e que ainda não conseguiu?
Nos últimos 2 anos eu sinto que pude matar a vontade de fazer coisas que nunca tinha feito e tinha vontade: me arriscar em novos gêneros, em novas letras, em novas formas de cantar. Acho que é saudável como ser humano você sair da mesmice e descobrir coisas novas. O que eu desejo agora é um pouco disso mesmo: novas músicas, um show novo e levar ele para novos palcos. Eu tenho mais de 20 anos de carreira e ainda poder ter "primeiras vezes" é incrível. Meu primeiro arrocha, por exemplo.
🖇️ CLIPPING
Leituras que valem o clique.
📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: Guillermo Calvin
Semana passada estava passando o olho no line up do Lollapalooza e me deparei com Tagua Tagua. Fui pesquisar e descobri algo incrível. A banda de um homem só é idealizada pelo músico Felipe Puperi e o álbum que me fisgou foi “Inteiro Metade”, trabalho que passeia por diversos sentimentos e tem uma sonoridade indie que flerta com neo soul e próxima do rock do Tame Impala, mas como ele mesmo disse em entrevista ao Tenho Mais Disco Que Amigos, prefere não caber em caixinhas: “Gosto muito dessa mistura. Eu tenho falado bastante justamente isso: que faz parte de um certo interesse em buscar uma sonoridade própria. Essa mistura toda acaba vindo dessa necessidade, de não soar muito parecido com nada específico. Eu tenho um certo pânico de soar parecido com outras coisas. Gosto de tentar criar uma linguagem diferente. Além disso, a gente tem muito disso no Brasil. Desde muito novos, sofremos com esse bombardeio cultural de vários lados diferentes e tentamos criar nossa identidade própria. O Brasil é gigante e tem muitos lugares diferentes. Por conta disso, muitas vezes a própria compreensão de “tropical” pode variar. Eu acho que a gente vem com essa busca de “encontrar” o Brasil.”

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista, pesquisador musical, influenciador e criador do Segue o Som.
Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.
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Revisão: Karoline Lima