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SEGUE O SOM #30
Entrevista com Melly | Pente Fino | Ryan Fidelis e mais...

SOS #30 | adoro números redondos
Trinta edições!!! Obrigado a todos que acompanham a news s2
🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.
[álbum] Djonga - Quanto Mais Eu Como, Mais Fome Eu Sinto !
Mais um 13 de março com lançamento do Djonga. Destaco o com feat com Milton Nascimento, sample dos Los Hermanos e o verso do RT Mallone.
[single] Terno Rei - Próxima Parada
Mais um single da banda que antecede o álbum homônimo. A faixa mostra um lado mais experimental do grupo, mas que ainda remete facilmente à “Violeta”, disco de maior sucesso.
[single] Tagua Tagua - Lado a Lado
Postei nos stories esses dias sobre Tagua Tagua e fui completamente surpreendido pelo fato de tanta gente já conhecer e gostar. Tenho escutado bastante e quanto ao novo single posso dizer que gostei bastante, assim como o clipe.
[single] HAIM - Relationships
Depois do aclamado “Women In Music Pt. III”, tá no mundo o novo single do trio californiano que combina indie pop refinado e temas sobre conexões humanas.
[single] Parcels - Safeandsound
É muito diferente do que estamos acostumados? Não, mas Parcels sempre entrega e tudo bem. Brincadeiras à parte, a música é um pouco mais calma que o habitual e eu gostei dessa pegada.
💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Melly: mais suingue, menos controle.

crédito: João Arraes
Já perdi as contas de quantas vezes indiquei o trabalho da Melly desde que ela lançou “Amaríssima”, um dos melhores álbuns de 2024. O fato dela compor, cantar e ainda assinar a direção musical torna tudo ainda mais especial. Agora, a artista baiana traz o volume 2 do disco somente com remixes assinados por grandes produtores e recheado de feats de peso. Gostei como ela conseguiu ressignificar o trabalho e propor novos caminhos para ele. Saiba mais na entrevista.
Melly, “Amaríssima” foi um dos meus álbuns favoritos de 2024. Confesso que, quando você anunciou o novo volume, fiquei animado para ouvir novas composições, mas fui surpreendido e me encantei mais ainda pelo projeto. Me conta como surgiu a ideia de fazer essa nova versão com remixes.
Surgiu da decisão de não me envolver nesse momento no processo de produção, porque eu queria voltar pra minha pesquisa na composição e nesse processo prévio da arte. Então junto com a minha gravadora e a minha equipe escolhemos alguns artistas e alguns produtores pra poder tomar conta desse espaço que eu costumeiramente, por força do hábito e por ser uma pessoa muito controladora e minuciosa, tomava parte, né?
A gente escolheu fazer, ao invés de um Deluxe, que pode surgir mais pra frente quando eu tiver de novo com vontade, com o coração batendo pra esse lugar da produção, fazer uma versão 2 de “Amaríssima”, que também foi muito legal pra mim e pra entender que perder o controle seria mais um passo pra minha evolução e maturação pessoal.
Tem uma galera comentando que esse é o hit do carnaval. Foi proposital o timing do lançamento? Você vê potencial na faixa para isso?
Eu acho essa música a cara do carnaval. A ideia inicial era até lançar algo depois do Carnaval, mas quando a música ficou pronta eu falei: “não gente, vamos correr para lançar isso agora". Foi bem em cima da hora, mas deu tudo certo e fiquei muito surpresa que a reação viral foi quase instantânea. Fiquei surpresa mas, claro, muito feliz também.
Como se deu a seleção dos feats?
Veio espontaneamente, como tudo o que acontece na minha vida, graças a Deus. A gente tinha duas faixas novas para participar desse V2, só que como a gente mudou o direcionamento, essas faixas inéditas vão ficar pra posterioridade, e, assim, o disco voltou a ficar sem novas participações, somente com os produtores, e acabou que os produtores também trouxeram na abordagem deles já a dica de que algumas músicas chamavam a participação de certos artistas. “Bandida” mesmo eu achei que ficou a cara da Karol [Conká] – já era a cara de Karol, mas quando veio nessa versão mais slow, com essa batida mais black dance, eu lembrei logo daquela música dela “luzes e fumacê, luzes e fumacê”, achei que tava completamente na vibe e que ornava com ela. E aí eu mandei pra ela: “pô, Karol, grava aí”, ela gostou, ela também gosta do meu trabalho, graças a Deus, e fizemos juntas.
A mesma coisa aconteceu com a faixa com Duda Beat, o Nave produziu essa canção “Derreter & Suar” de outra forma, como piseiro, meio arrocha meio piseiro e aí eu achei que combinava completamente com o que Duda tem feito ultimamente e chamamos ela. “Falar de amor” eu achei também que precisava de uma participação ali e quem mais vai falar de amor se não um dos mais apaixonados desse Brasil que é Luccas Carlos? É uma pessoa que eu admiro muito, gosto muito do trampo dele, do estudo melódico dele. Então foi isso, a escolha aconteceu durante o processo.
E dos produtores? Tiveram algum briefing seu?
Não, porque o objetivo mesmo nessa versão de “Amaríssima” era perder esse controle, então eu tirei o meu dedo grande de tudo e deixei a galera fazer em paz – normalmente eu não deixo (risos).
“Derreter & Suar” com a Duda Beat foi a minha favorita. Me conta como foi trabalhar com ela e com o Nave, por favor.
Porra... sonhos, né, velho? Nave eu sempre admirei, “Batuk Freak” que ele produziu ali com Karol Conká no início da carreira dele de produtor – acho que foi o primeiro trampo dele de produtor se eu me engano – tipo assim, eu avassalei esse disco, eu comi o disco inteiro de trás pra frente, cara, estudava muito a abordagem dele, porque enquanto produtora também eu precisava ter essas referências musicais, essas referências de técnicos, de engenheiros e de beatmakers.
E Nave sempre foi uma referência enorme, ele fez também o “Amarelo”, de Emicida, algumas faixas ali. E sempre achei ele muito muito muito inteligente, muito safo nas escolhas de timbre e tudo mais, então foi muito massa quando ele topou participar. Inclusive ele era um dos produtores que eu já tava interessada em trabalhar desde lá de “Amaríssima”. Mas eu ainda tava no início da carreira, não tava no patamar dele – não que eu esteja agora, né? (Risos). Mas as coisas foram evoluindo mais pouquinho, a gente conseguiu trocar mais, e aí convidei ele pra fazer “Derreter & Suar” e ele trouxe essa perspectiva massa aí de piseiro e arrocha.
E Duda Beat foi nessa seara também. Ele [Nave] já tinha dado a dica com a produção dele de que precisava de um feat, e aí quando a gente escutou juntos, eu falei: “velho, por que não Duda Beat? Eu acho que o Duda Beat encaixa completamente”. Ele concordou e eu mandei mensagem para ela, graças a Deus eu já tinha uma conexão por um colega meu chamado Iran, artista excepcional. E mandei mensagem, ela amou a faixa, topou e fizemos.
E na hora dos shows, você vai cantar quais versões? Já pensou na dinâmica?
Todas as versões... (risos)
Voltando a minha pergunta inicial, não posso deixar de questionar quais seus planos para 2025 e se já tem novos lançamentos no radar.
Já temos... esse semestre ainda vai sair uma SUPER BOMBADA em parceria com o Nave – e parece que vai ter um feat aí – é o que dá pra falar. Sobre os planos, a gente vai fazer uma nova tour, né? Então vamos aí de tour com “Amaríssima V2”, vamos passar por cidades que estão querendo muito show, provavelmente Recife, Fortaleza e uns estados que eu ainda não fui no Sul. Vai ser massa! Vai ter também turnê internacional – que a mãe agora is internacional, ok? (risos). Então vamos nessa. E esse ano não sai disco... queriam muito me convencer de lançar um disco esse ano, mas eu falei “stop”, não precisamos correr, então vamos lançar no próximo ano.
🖇️ CLIPPING
Leituras que valem o clique.
📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: divulgação
Que descoberta!!!!! O Ryan Fidelis é um artista de Florianópolis cuja paixão pela música começou cedo. Cantando desde criança, cresceu cercado de inspiração: seu pai, cantor de samba, e seu avô, um grande amante da música popular brasileira, foram influências fundamentais na construção de sua identidade musical. Um parceiro me indicou o álbum de estreia dele, “ALMA", e me fisgou logo de cara. Sete músicas com pegada R&B - composições lindas e beats cativantes - que passam rapidinho e vão te fazer dar repeat várias vezes. Destaco “Fonte do Amor” e “Sobrenatural”.

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista, pesquisador musical, influenciador e criador do Segue o Som.
Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.
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Revisão: Karoline Lima