SEGUE O SOM #46

Entrevista com Mosquito | Pente Fino | Raquel e mais...

SOS #46 | 2000!

Obrigadooooo!!!!!! Passamos dos dois mil assinantes aqui :)

🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.

[álbum] Filipe Ret - NUME - Epílogo
Belíssima sequência de um belíssimo álbum. Ret mandou muito bem.

[álbum] Tyler, The Creator - DON'T TAP THE GLASS
É pra se mexer.

[álbum] Mosquito - Quinhão
Um dos álbuns do ano. “Rabo de Arraia” e “Vegetariando” são de outro planeta.

[EP] Kevin O Chris - VoltMix
Adorei o EP. Kevin faz uma ótima referência à clássica batida dos anos 80.

[single] 2ZDinizz - Beatriz
2Z tá se mostrando um cara muito fora da curva, até mesmo com love song.

[single] FKA Twigs - Perfectly
“Eusexua” mal saiu e ela já lança outro single com outra vibe. Mas enfim, gostei! Super dançante.

[single] Mahmundi - MACIA BAHIA
Mais um single incrível da Marcela. Muito animado pro álbum.

[single] Bad Bunny - ALAMBRE PúA
BenitooOooOooO

[single] Freddie Gibs ft. The Alchemist - 1995
Hip Hop em estado puro. Rimas e batidas de excelência.

[single] Hermanos Gutiérrez ft. Leon Bridges - Elegantly Wasted
Delícia de música.

💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Mosquito: zumbido elegante.

crédito: Fernando Young

Abri a coluna do Mauro Ferreira no G1 e me surpreendi ao ver que o crítico deu cinco estrelas pra “Quinhão”, novo álbum do Mosquito. Não que o sambista não fosse capaz de tal conquista, pelo contrário, mas é que nunca tinha visto Mauro avaliar tão bem um lançamento. Enfim, fui lá conferir e… ele estava certo. Duas músicas em especial me marcaram demais: “Rabo de Arraia” e “Vegetariando”. Saiba mais sobre este projeto lendo nossa entrevista!

Este álbum sai dez anos depois do seu de estreia. O que você mais aprendeu durante este período que quis aplicar aqui?

Essa é uma pergunta maravilhosa porque todo mundo me pergunta por que 10 anos sem gravar, mas ninguém pergunta o que você aprendeu nesses 10 anos. Eu acho que eu amadureci muito, minha música melhorou muito, as canções são feitas com o maior cuidado. Fiz muitos shows, fortaleci muitas parcerias. Nasceram muitas parcerias nesse tempo. Então, eu acho que foi um tempo muito evolutivo de carreira. Eu acho que eu fiz muitas coisas que talvez só não tenha feito o disco. Eu acho que agora ele acontece naturalmente, cheio de feras envolvidas em diversos lugares do disco, não só na música do disco, mas na arte, na capa, na concepção e de tudo que é o disco, o álbum num todo. Então, eu acho que esse tempo foi valioso, sabe? Eu vejo valor nesse ato e acho que agora ele vem na hora certa, sabe? Tomara que os próximos não tenham todo esse tempo de espera, mas acho que para esse valeu.

É quase uma nova estreia, né? Enfim, você assina quase todas as composições. Imagino que você deve escrever bastante, então me pergunto o que fez escolher essas em específico pro disco. Qual denominador comum dele?

É quase uma nova estreia, é um friozinho na barriga, como se fosse o primeiro disco. Eu assino a maioria das músicas, o Pretinho me ajudou muito nesse repertório, eu faço muita música, eu tenho feito muita música, tenho muitos parceiros, e a ideia era tentar fazer um disco plural, sabe? Então a gente conseguiu caminhar, fez um samba de breque, fez um partido alto, tem uma gafieira, tem um calango. A ideia era ser um disco plural e o Pretinho me ajudou muito nessa escolha, dentro de cada onda ali tinha algumas opções e também tem muito, assim, algumas músicas eu já cantava por aí em alguns shows, em algumas rodas de samba, e outras eram as músicas, e são as músicas que eu tava encantado naquele momento, sabe? Eu acho que o disco também é o momento que você começa a gravar ali o que que você tá curtindo naquela hora. Então acho que foi daí, desse conjunto de coisas, nasceu esse repertório.

Você regrava “Desistiu de Mim", partido alto de Arnaldo Antunes, Carminho, Cezar Mendes e Marisa Monte. De onde surgiu a ideia de cantar essa música?

César Mendes, violonista e compositor baiano da pesada, é um grande amigo e um grande mestre que eu tenho. Conheço muito a obra dele, ele tem muitas parcerias com o Arnaldo, sambas lindos. E logo que eu conheci esse samba, “Desistiu de mim”, ainda antes do Arnaldo gravar, eu vi o Césinha cantando e falei “Césinha, que música linda! Um dia quando eu gravar um disco, eu vou gravar essa música aí”. Então, está cumprida a promessa. Espero que ele goste.

O concorridíssimo Pretinho da Serrinha assume a produção do disco. Como foi trabalhar com ele? E o que ele trouxe de diferente para o projeto?

O Pretinho, há muito tempo e cada vez mais ele mostra o quão qualificado ele é e o grande produtor que ele é, além do grande artista, do grande compositor, ele é um grande produtor e eu já tinha trabalhado com ele num single que a gente gravou em 2018 e foi uma maravilha, sabe? É um cara que tem ouvidos, consegue direcionar as coisas, é muito criativo, sabe? Ele percebe a linguagem do que a música quer dizer, ele consegue transportar e botar a roupa certa na música. Então ele é um cara muito bom de trabalhar, muito bom mesmo. Trouxe a gig que ele organiza, o time que ele traz. É um cara completo, assim, muito bom de trabalhar e facilita muito quando tem um produtor desse nível. Então o disco passa pelas mãos dele por inteiro, assim, é um disco nosso.

📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: Eduardo Pimenta

Ex-vocalista da incrível banda As Baías, que terminou atividades em 2021, Raquel é dona de uma voz potente e que é protagonista do seu álbum de estreia, “Não Incendiei A Casa Por Milagre”, e isso já fica de cara na faixa homônima. Curiosamente, a frase que dá nome ao disco vem do livro de contos de Pedro Almodóvar, “Último Sonho”. A cantora também assina quase todas as composições, exceto “Vidinha”, de Rita Lee, e “Autotune Erótico”, de Caetano Veloso.

“Queria dar vazão para falar das minhas toxicidades. Raiva, insegurança, medo. Todos estes sentimentos dos quais, muitas vezes, preferimos ocultar. Acho maravilhoso quem não está com raiva neste momento com tudo que acontece no mundo, mas eu estou e precisava falar sobre isso”, explica Raquel.

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista, pesquisador musical, influenciador e criador do Segue o Som.

Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.

Siga minhas redes sociais abaixo!