SEGUE O SOM #48

Entrevista com Mateus Fazeno Rock | Pente Fino | Tainá Santos e mais...

SOS #48 | cada vez mais perto

Logo menos vocês vão conhecer meu maior projeto até hoje. Aproveita pra ir se inscrevendo no meu canal do YouTube!

🪮 PENTE FINO
Seleção dos principais lançamentos da semana.

[álbum] Mateus Fazeno Rock - Lá Na Várzea Todos Querem Viver Bem
Adorei esse disco! Leia nosso papo pra saber mais.

[álbum] KayBlack - A Cara do Enquadro
“Esse álbum é sobre viver no limite, mas com cabeça erguida.”

[singles] Duquesa - TÃO QUENTE / No Meu Club
Tem outra MC rimando mais que a Duq atualmente?

[álbum] Vários Artistas - 80 Anos (Remixes)
Achei irada a ideia de manter o legado da Orquestra Afro-Brasileira vivo. Agora, achei caído não ter nenhuma mina.

[single] Adi Oasis ft. YOÚN - Cheirinho
Que delícia de música! Gostei muito desse encontro.

[single] Parcels - Summerinlove
As músicas são sempre bem parecidas, mas eu amo….

[single] Mariah The Scientist ft. Kali Uchis - Is It A Crime
As vozes combinaram muito entre si e com o beat. Me amarrei.

[single] Gustavo Vaz - pedido pra depois
Bela composição e interpretação. Achei lindo o violão.

💬 ENTREVISTA EXCLUSIVA
Mateus Fazeno Rock: e amor até mais tarde

crédito: Jorge Silvestre

O periférico brasileiro vive sob o estigma da dor, sofrimento e violência, mas como o nome sugere, em “Lá Na Zárea Todos Querem Viver Bem”, o Mateus Fazeno Rock propõe cair com essa ideia. Sucessor de “Jesus Ñ Voltará”, um dos mais elogiados álbuns de 2023, este trabalho tem tudo para fazer tanto barulho quanto o anterior. Gostei muito e troquei uma ideia com o artista. Confira nosso papo.

“Jesus Ñ Voltará” fez bastante barulho. O que o sucesso dele te ensinou para este novo momento?

O “Jesus Ñ Voltará” foi um álbum que fez uma caminhada e que deu passos muito comemorado por nós. Foi com ele que eu pude viajar pra alguns lugares do Brasil com toda a familia fazeno rock e isso pra nós foram momentos de muito alegria e de muito aprendizado sobre os desafios da difusão de musica no brasil a partir do Ceará. Acho que chego nesse momento mais preparado pra os desafios que esse movimento de circulação trazem consigo.

O disco tem um forte senso de coletividade, mas é interessante como você mostra que o periférico quer mais que o básico, aquela vibe meio “Comida” dos Titãs. Me lembrou as vezes que o Lula falou que “o pobre gosta de coisa boa”. É mais ou menos essa mensagem que quis passar?

São boas referências de pensamento. Da pra fazer esse paralelo sim. Mas acho que pra alem disso é um disco de dentro pra fora com historias do cotidiano, então pra alem da mensagem eu tento te trazer pra dentro desse mundo, ver um pouco, imaginar um pouco , sentir um pouco.

Teu som é muito único em todos os sentidos. É clichê, mas queria muito saber tuas principais referências na escrita e no som, especialmente pra esse novo trabalho.

Eu tenho um movimento de escrita e criação muito constante e diário então uma certa dificuldade em mapear referências tão diretas pq sinto que ao enumerar algumas pra uma entrevista por exemplo eu vou acabar deixando de considerar tanta outras. Mas eu sei que muito me inspira a troca diária que tenho com meus amigos e amigas. Então a filosofia e os pensamentos da Zárea tá com certeza dentro da minha obra como um todo. Mas a musica negra brasileira dos anos 70 e 80 com certeza tão no meu imaginário, mas acho que tem muita coisa alem que não sei se conseguiria enumerar.

O amor é um tema que aparece em alguns momentos do disco. Como foi falar desse tema mesmo com uma atmosfera meio sombria que o álbum tem?

Acho que falar de amor nesse álbum era mais que fundamental. Num álbum que fala sobre bem viver, sobre sonho, o amor precisa ter lugar. Sendo parte da vida.

Vi que você também assina a produção. Como foi esse seu trabalho em conjunto com Fernando Catatau e Rafael Ramos?

Foi um processo muito fluido e enriquecedor. Pude produzir de casa toda uma primeira fase do álbum, depois fizemos uma imersão intensa no estúdio gravando com as pessoas convidadas pra tocar. Rafa comandando com muita maestria essa etapa de gravação, depois fizemos uma trabalho de edição e de inserção de algumas guitarras e synths pelo catatau. Então foi um momento de muita troca e criação também e tivemos toda a paciência na mixagem de entregar o álbum após um cuidado bem minucioso com os detalhes. É um disco com muitos detalhes, então se uniu ali nossos saberes pra chegar nessa experiência de disco.

📡 NO RADAR
Porque o novo sempre vem.

crédito: Brunno Kawagoe

Corpo, natureza e ancestralidade são os principais temas de “ADÊ”, novo álbum da Tainá Santos que me encantou pela sua beleza. Nascida em um terreiro de Umbanda em Embu das Artes - SP, ela cresceu entre rezas, ervas e tambores, desenvolvendo sua escuta espiritual e ancestral. O trabalho mescla música brasileira, cantos tradicionais, elementos percussivos e texturas contemporâneas ao longo de nove faixas que evocam confiança na vida, autoestima, esperança, aceitação.

Ela comenta: “Orixá, pra mim, é caminho, fundamento e força criadora. E cada faixa foi sendo gestada a partir de uma escuta profunda desses fundamentos. Há canções que se relacionam diretamente com a energia de um orixá específico, seja pela vibração rítmica, pelo enredo, ou mesmo pela emoção que ela convoca. Outras faixas traduzem passagens da minha vida onde aquela força se fez presente — na travessia cotidiana, nos enfrentamentos, nos recomeços”.

Salve! Aqui é o Pietro Reis, sou jornalista, pesquisador musical, influenciador e criador do Segue o Som.

Minha ideia com essa newsletter é reunir tudo de mais interessante que vem acontecendo no mundo da música e fazer o que mais amo, entrevistar. Sendo assim, toda segunda-feira você recebe um email com os melhores lançamentos da semana, um papo exclusivo, as principais notícias do meio musical e indicações.

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